No
dia em que fomos ver O Atalante
eu
levava, por coincidência, um cubo de gelo
no
bolso do casaco. Lembro-me de tremer
um
pouco. Até aí, tudo bem. Pior,
foi
quando te ouvi pronunciar, distintamente:
quem
procura o seu amor debaixo de água,
acaba
constipado.
Na
altura, ri-me: pensei que falavas do filme.
Sou
tão estúpido.
poema:
“O Atalante – Jean Vigo (1934)”
autor:
José Miguel Silva (1969-)
obra: Movimentos no Escuro, Relógio d´Água,
2006, pág. 14
voz: Ana
Celeste Ferreira
fotografia:
Renato Roque
captação e edição sonora: Ricardo Caló
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