terça-feira, 21 de abril de 2015

O que é... a VOZ? #002


Definição de VOZ: a voz é o som produzido pelo aparelho fonador humano, aparelho esse constituído por vários órgãos com funções principais nos aparelhos respiratório e digestivo. Resumidamente, a sua fisiologia consiste em 3 fases:
ana celeste ferreira, canto celeste 
1 – Produção: os músculos expiradores, o diafragma e os pulmões produzem a coluna de ar (expiração) que pressiona a laringe, originando a vibração nas pregas vocais.
2 – Vibração: a laringe, constituída pelas pregas vocais, mucosa endo-laríngea, e vários músculos, ossos, cartilagens e ligamentos, produz o som vibratório fundamental, mais concretamente através da vibração das pregas vocais.
3 – Ressonância: a faringe, o espaço bucal e as cavidades nasais ampliam e modulam o som, que será também articulado e transformado em palavras, por acção dos lábios, língua e mandíbula.

É portanto a expressão sonora do indivíduo, que o nosso ouvido percepciona quando o fluxo de ar expiratório se transforma em som por acção de tecidos que vibram, cavidades que ressoam e estruturas que se movimentam e articulam sons.

A voz é também um instrumento musical privilegiado e universal, que pode executar música a solo ou em grupo, sem ou com acompanhamento de um instrumento ou de uma orquestra, tornando-se assim meio de expressão artística e cultural. Em relação à tessitura, as vozes femininas classificam-se de forma geral em Soprano, Mezzo-Soprano e Contralto, enquanto as masculinas se dividem entre Tenor, Barítono e Baixo.

ana celeste ferreira, canto celeste
É um modo de expressão anterior a qualquer modelo linguístico, mas é simultaneamente origem e instrumento da linguagem. Constitui o suporte material de verbalização do pensamento e da expressão, através da palavra. A voz é também um veículo de ligação do sujeito ao outro, constituindo assim um factor de relação dadas as suas qualidades humanas e artísticas.

Possui uma combinação de características únicas em cada indivíduo, e o som de cada voz pode ser objectivamente analisável e classificável quanto à sua intensidade, altura, ritmo, entoação, etc., e subjectivamente analisável em relação ao timbre e às atitudes e estados de espírito que revela a cada momento.

Através da técnica vocal, é possível controlá-la e aperfeiçoá-la, incrementando a sua qualidade e rendimento sonoro e a sua resistência. Deve ser alvo de cuidados de saúde e higiene vocais, que incluem consultas de rotina esporádicas no otorrinolaringologista, principalmente para os profissionais de voz.

Segundo Dale Carnegie, “É acima de tudo nas inflexões e nos matizes da voz que reside a força expressiva da linguagem humana.”


Para quem nunca espreitou uma laringe ou observou o movimento das pregas vocais através de uma laringoscopia, encontra um vídeo muito giro aqui.  


Algumas Fontes Bibliográficas:

--- CARNEGIE, Dale (1962), Como Falar Facilmente, Porto, Livraria Civilização – Editora.
--- CHAPMAN, Janice L. (2012), Singing and Teaching Singing – a Holistic Approach to Classical Voice, San Diego, Plural Publishing.
--- FERREIRA, Léslie Piccolotto; COSTA, Henrique Olival (2000), Voz Ativa – Falando Sobre o Profissional da Voz, São Paulo, Editora Roca.
--- MARTINS, M. Raquel (1988), Ouvir Falar – Introdução à Fonética do Português, Lisboa, Caminho.
--- MENDES, Ana; GUERREIRO, David; SIMÕES, Marina; MOREIRA, Miriam (2013), Fisiologia da Técnica Vocal, Loures, Lusociência – Edições Técnicas e Científicas, Lda.
--- VIEIRA, Margarida Magalhães (1996), Voz e Relação Educativa, Porto, Edições Afrontamento.

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